(Foto: Centro de Estudios de Borja) |
Em Borja, existe uma pintura do século XIX que muito tem
viajado pelo mundo nos últimos dias.
Elías García Martínez pintou esta obra nas paredes do Santuário da Misericórdia, tendo doado a obra à cidade espanhola.
Não é falada por ter sido recentemente descoberta, mas antes
por ter sido recentemente restaurada. O resultado da restauração foi bastante
diferente do que costuma ser o resultado desse trabalho, como se pode ver na
foto.
Julgo que não precisariam que colocasse aqui a foto, já que a
mesma tem circulado explosivamente pelas redes sociais, tanto como se vê acima,
como em versões mais ou menos originais e divertidas de possíveis restauros.
Também Borja saltou do anonimato, já que está a ter muitas
visitas de turistas, atraídos pela curiosidade e pela vontade de tirar uma foto
perto da pintura, com um pincel na mão. Se antes aquela parede era apenas uma
parede com um pintura antiga e um pouco deteriorada, agora tem um perímetro de
segurança à volta do restauro.
Circulam já petições para que não haja novo restauro,
chamando esta nova versão do Ecce Hommo de uma interpretação da pintura, e de um
sinal de surgimento de novos ídolos religiosos.
Pessoalmente, parece-me ter-se tratado apenas de um caso em
que as boas intenções ultrapassaram o seu objectivo…
Mas interpretações à parte, vendo mais uma reportagem sobre o
assunto, não pude deixar de me lembrar de uma frase que se dizia muito: “Só te
ris do mal”… E assim é, parecemos ter um fascínio enorme por acontecimentos
deste género, por apontar um erro, por mostrar que algo correu mal…
“Ecce Hommo” foi a frase que Pôncio Pilates usou para
apresentar Jesus Cristo aos judeus. “Ecce Hommo”, eis o Homem. Pôncio Pilatos
lavou as mãos e a multidão clamou a condenação de Cristo… Eis a multidão, agora
diferente, mas ainda multidão…
-.-.-
In Borja, there is a painting of the nineteenth century that
much has traveled the world in recent days.
Elías García Martínez painted this artwork on the walls of
the Sanctuary of Mercy, having donated the work to the Spanish city.
It is not spoken because
it is a recent discovery, but rather because it has been recently restored. The result of the restoration was quite different from what
is usually the result of this work, as you can see in the photo.
I think I would not have
needed to put a picture here, since it has circulated explosively through
social networks, as seen above, as in versions more or less original and fun
for possible restorations.
Borja also jumped from
anonymity, as is having many visits of tourists, attracted by curiosity and the
willingness to take a picture near the painting with a brush in their hands. If
before that wall was just a wall with an old and somewhat deteriorated painting,
now it has a security perimeter around the restoration.
Petitions are circulating,
so that there is no new restoration, calling this new version of Ecce Homo an
interpretation of the painting, and a sign of the rising of new religious
idols.
Personally, it seems to
me this is only one a case in which good intentions exceeded its goal ...
But interpretations
aside, seeing yet another article on the subject, I could not help but remember
a phrase: "You only laugh of the bad thinghs" ... And so it is, we seem to have a huge fascination for events
of this kind, for pointing out an error, to show that something went wrong ...
"Ecce Homo"
was the words Pontius Pilates used to present Jesus Christ to the Jews. "Ecce
Homo", behold the man. Pontius Pilate washed his hands and the crowd asked out the condemnation of Christ
... Behold the crowd, now different, but still crowd ...
muito interessante e esclarecedor.
ResponderEliminarum beij
A perspectiva necessária.
ResponderEliminarBeijinho e boa semana.
Passaram 2000 anos e a multidão continua igual. Civilização, onde estás?
ResponderEliminaros romanos tambeém se achavam os mais modernos e evoluídos.
Até me arrepia pensar na espécie a que pertenço.
Um beijinho
a evolução que em nada evoluiu
ResponderEliminarbeijo
A multidão será sempre a multidão e jornalismo voyeur será sempre péssimo jornalismo, alimentará contudo a multidão.
ResponderEliminarBjs.