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domingo, 26 de agosto de 2012

Ecce Hommo

(Foto: Centro de Estudios de Borja)

Em Borja, existe uma pintura do século XIX que muito tem viajado pelo mundo nos últimos dias.
Elías García Martínez pintou esta obra nas paredes do Santuário da Misericórdia, tendo doado a obra à cidade espanhola. 
Não é falada por ter sido recentemente descoberta, mas antes por ter sido recentemente restaurada. O resultado da restauração foi bastante diferente do que costuma ser o resultado desse trabalho, como se pode ver na foto.
Julgo que não precisariam que colocasse aqui a foto, já que a mesma tem circulado explosivamente pelas redes sociais, tanto como se vê acima, como em versões mais ou menos originais e divertidas de possíveis restauros.
Também Borja saltou do anonimato, já que está a ter muitas visitas de turistas, atraídos pela curiosidade e pela vontade de tirar uma foto perto da pintura, com um pincel na mão. Se antes aquela parede era apenas uma parede com um pintura antiga e um pouco deteriorada, agora tem um perímetro de segurança à volta do restauro.
Circulam já petições para que não haja novo restauro, chamando esta nova versão do Ecce Hommo de uma interpretação da pintura, e de um sinal de surgimento de novos ídolos religiosos.
Pessoalmente, parece-me ter-se tratado apenas de um caso em que as boas intenções ultrapassaram o seu objectivo…
Mas interpretações à parte, vendo mais uma reportagem sobre o assunto, não pude deixar de me lembrar de uma frase que se dizia muito: “Só te ris do mal”… E assim é, parecemos ter um fascínio enorme por acontecimentos deste género, por apontar um erro, por mostrar que algo correu mal…
“Ecce Hommo” foi a frase que Pôncio Pilates usou para apresentar Jesus Cristo aos judeus. “Ecce Hommo”, eis o Homem. Pôncio Pilatos lavou as mãos e a multidão clamou a condenação de Cristo… Eis a multidão, agora diferente, mas ainda multidão…

-.-.-

In Borja, there is a painting of the nineteenth century that much has traveled the world in recent days.
Elías García Martínez painted this artwork on the walls of the Sanctuary of Mercy, having donated the work to the Spanish city.
It is not spoken because it is a recent discovery, but rather because it has been recently restored. The result of the restoration was quite different from what is usually the result of this work, as you can see in the photo.
I think I would not have needed to put a picture here, since it has circulated explosively through social networks, as seen above, as in versions more or less original and fun for possible restorations.
Borja also jumped from anonymity, as is having many visits of tourists, attracted by curiosity and the willingness to take a picture near the painting with a brush in their hands. If before that wall was just a wall with an old and somewhat deteriorated painting, now it has a security perimeter around the restoration.
Petitions are circulating, so that there is no new restoration, calling this new version of Ecce Homo an interpretation of the painting, and a sign of the rising of new religious idols.
Personally, it seems to me this is only one a case in which good intentions exceeded its goal ...
But interpretations aside, seeing yet another article on the subject, I could not help but remember a phrase: "You only laugh of the bad thinghs" ... And so it is, we seem to have a huge fascination for events of this kind, for pointing out an error, to show that something went wrong ...
"Ecce Homo" was the words Pontius Pilates used to present Jesus Christ to the Jews. "Ecce Homo", behold the man. Pontius Pilate washed his hands and  the crowd asked out the condemnation of Christ ... Behold the crowd, now different, but still crowd ...

5 comentários:

  1. A perspectiva necessária.

    Beijinho e boa semana.

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  2. Passaram 2000 anos e a multidão continua igual. Civilização, onde estás?

    os romanos tambeém se achavam os mais modernos e evoluídos.
    Até me arrepia pensar na espécie a que pertenço.

    Um beijinho

    ResponderEliminar
  3. A multidão será sempre a multidão e jornalismo voyeur será sempre péssimo jornalismo, alimentará contudo a multidão.

    Bjs.

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