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domingo, 13 de novembro de 2011

O dia em que olhámos para Dili / The day we saw Dili



12/11/2011. Há 20 anos, aconteceu um massacre em Dili, Timor Leste. As pessoas que deram as suas vidas nesse dia, foram, talvez sem o saber, mais que soldados caídos. Soldados, porque mesmo empunhando apenas cartazes e a sua voz de protesto, lutavam numa guerra, talvez a guerra mais motivadora de todas, a guerra pela independência e liberdade.
Mas mais que soldados, porque a sua morte colocou Timor no mapa. No mapa dos povos que precisavam de ajuda.
Eu tinha 12 anos na altura, não sabia quem era aquelas pessoas, não sabia que existia uma ditadura na Indonésia, não sabia que Timor havia sido invadido e queria ser independente. 
Mas vi que a onda de solidariedade foi enorme, do cidadão anónimo que se reunia em vigílias por Timor, até às vozes que podiam ser ouvidas internacionalmente. Portugal defendeu uma causa e ajudou.
Ajudou, Timor é livre, continua a consolidar-se e definir-se como Povo, Estado e Nação.
Mas atrevo-me a dizer, não sei se injustamente, talvez, que a maioria dos portugueses também não sabia, até àquele dia, o que se passava em Timor.
Foi necessário um acontecimento desta magnitude, para chamar a atenção para o sofrimento de um povo, para a sua luta.
Talvez seja mesmo assim, por vezes não vemos o que está à nossa volta, ou mesmo ao nosso lado, não conseguimos ver além da cortina que se vai tecendo à frente dos nossos olhos. E é necessário um abanão para vermos com mais clareza. Mas depois do abanão, há a oportunidade de reconstruir. E isso só depende de cada um. 
E depois de 20 anos... penso...ainda bem que ainda existem pessoas que acreditam que é possível mudar o mundo...!

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12/11/2011. 20 years ago, there was a massacre in Dili, Esat Timor. The people who gave their lives that day were, perhaps without knowing it, more than fallen soldiers. Soldiers, because even though they only carried flags and their protest voices, they fought in a war, maybe the most motivating wars of all, the war for independence and freedom.
But more than soldiers, because their deaths placed Timor in the map. In the map of those people who needed help.
I was 12 years at the time, I didn't know who were those people, I didn't know there was a dictatorship in Indonesia, I didn't know Timor had been invaded and wanted to be independent.
But I saw that the wave of solidariety was huge, from the anonymous citizens gathering in watches for Timor, to the voices who could be heard internationaly. Portugal stood up for a cause and helped.
Helped, Timor is free, still consolitating as People, State and Nation.
But, I dare say, maybe being unfare, that most portuguese people didn't know either, until that day, what was happening in Timor. 
It was necessary a big event like this, to call attention to the suffering of this people, to its struggle.
Maybe that's the way it is, sometimes we don't see what's around us, or even by our side, we cannot see behond the curtain that weaves in front of our eyes. And we need a shake to to see more clearly. But after that shake, there is an opportunity to rebuild. And that is up to each one of us. 
After 20 years... I think... I'm glad there's still people who believe it is possible to change the world.



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Between the raindrops of chaos.../ Entre as gotas de chuva do caos...

I woke earlier then usual, and as I was trying to convince myself to get up, I tought..."When is this day going to end...???"

The day promissed to be caotic, the major public transport companies on stike, and a forecast of rain for the day... On the radio, they were confirming all this scenario, and I felt like curling up in my blanket and go back to sleep... But reality was calling, so I got up. I got to my car, ready to drive to work. 

Was expecting a long line of traffic, relying on the radio to keep me company, during the waiting time... But while I listened about all the traffic lines in other roads, the cars ahead of me seemed to move normaly... And so they did, and I arrived the destination, a bit less upset by now... When I got of the car, it was raining, of course, but not not enough to cause a small flood, unlike the last rainy days.

At the end of the day I managed to return just as easily as I got there in the morning...

And why am I telling you all this...? Because sometimes, when the jorney promisses to be bad, there is a surprise waitting, and we can get away between the raindrops of chaos....

"Anyone who thinks sunshine is pure happiness, has never danced in the rain..."
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Acordei mais cedo que o costuma, e enquanto tentava convencer-me a levantar-me, pensei: "Quando é que este dia vai acabar...???"

O dia prometia ser caótico, as principais empresas de transportes públicos em greve, previsões de chuva para o dia... No rádio, os locutores confirmavam este cenário, e eu senti vontade de me enroscar no cobertor e voltar a dormir... Mas a realidade chamava-me, e então levantei-me. Dirigi-me ao carro, pronta para o conduzir para o trabalho.

Esperava uma longa fila de trânsito, contando com o rádio para me fazer companhia, durante o tempo de espera... Mas enquanto ouvia sobre as filas de trânsito noutros percursos, os carros à minha frente pareciam movimentar-se normalmente.... E assim era, e cheguei ao destino, um pouco menos irritada agora... Quando saí do carro, chovia, mas não o suficiente para causar uma pequena inundação, como nos últimos dias de chuva.

No final do dia, consegui voltar com a mesma facilidade que cheguei de manhã...

E porque vos conto tudo isto...? Porque, por vezes, quando a viagem promete ser má, uma surpresa espera-nos, e conseguimos escapar entre as gotas de chuva do caos...

"Quem pensa que um dia de sol é pura felicidade, nunca dançou à chuva..."



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