Quem lê / Who's reading

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pensamentos apenas II/ Just thoughts II

Loucos de Lisboa

“Sim, Z, tu és insignificante.”
Assim termina a primeira cena do filme “Formiga Z”.
Z, a formiga encontra-se no consultório ouvindo o seu psicólogo.
Com um olhar entre o conformado e o pânico, Z constata: “Mas isso quer dizer que…” “Sim, Z, tu és insignificante.”, termina o psicólogo.
Sinto-me naquele divã sempre que alguém tenta lançar-me uma pala ou uma venda sobre os olhos.
Por vezes parece-me que caminhamos cada vez mais para nos tornarmos formigas, num carreiro complexo.
Mas embora as colónias de formigas sejam reconhecidas como uma das sociedades mais eficazes à face da Terra, parece-me que no caso dos bípedes, o resultado é um pouco diferente.
Ao contrário de Z, o psicólogo ainda não poderá dar por terminado o meu tratamento.

**

"Yes, Z, you are insignificant."
Thus ends the first scene of the movie "Ant Z".
Z, the ant, is in a room listening to his psychologist.
With a look on his face, a mix between conformed and panic, Z realizes, "But that means ..." "Yes, Z, you are insignificant." Ends the psychologist.
I feel in that couch whenever someone tries to throw a visor or a blindfold over his eyes.
Sometimes it seems that we are moving increasingly to become ants, in a complex path.
But while ant colonies are recognized as one of the most effective societies on earth, it seems to me that in the case of bipeds, the result is a little different.
Unlike Z, the psychologist will not terminate my treatment yet.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dos temporais / Storms

Sad rainm, VanessaO

O temporal do fim de semana passado deixou marcas – infelizmente algumas trágicas – um pouco por todo o país.
À sensação de que a luta contra o vento - se necessária - seria infrutífera, juntou-se a sensação de isolamento.
Durante um dia inteiro, na aldeia onde nasci, não houve electricidade, mas também o telefone e a rede de telemóveis estavam calados.
Quando consegui contactar com algumas pessoas, todas me expressavam a preocupação de também não conseguirem contactar com alguém, que morava numa das zonas afectadas pelo mau tempo.
Dou por mim a pensar que estamos demasiado habituados à tecnologia e a estarmos ligados a quem queremos e quando queremos. Num mundo cada vez mais imediato, a espera forçada deixa-nos uma sensação, no mínimo de desconforto.
Algumas teorias previam que a 21.12.12 haveria um crash de todos os aparelhos eléctricos. Como seria se assim tivesse sido?

*-*

Last weekend’s storm left  marks - unfortunately some tragic - all over the country.
To the feeling that the fight against the wind - if necessary - would be fruitless; joined the sense of isolation.
During a full day in the village were I was born, there was no electricity, but also the phones and mobile phone network were silent.
When I got contact with some people, they all expressed concern about not being able to contact with someone who lived in the areas affected by bad weather.
I find myself thinking that we are too accustomed to technology and being connected to who we want and when we want. In an world more and more immediate, being forced to wait, leaves us a sense, of discomfort, to say the least.
Some theories predicted that at 21:12:12 there would be a crash of all electrical appliances. How would it have been if so?


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pensamentos apenas / Just thoughts


A maioria das coisas (quase que arriscava todas) demoram muito menos a serem desfeitas que demoraram a serem feitas… Já repararam?
Digo a mim que é por isso que conseguimos valorizar o que conquistamos, os locais onde chegamos, e aquilo que nos vamos descobrindo ser…
Mas nem sempre este pensamento nos chega… Ou talvez seja apenas porque hoje é Inverno, e a natureza me levou as flores da minha Primavera…?

Imagem da web

Most things (I almost risked saying all of them) take much less to be undone than it took to be made ... Have you ever noticed?
I tell myself this is why we can appreciate what we achieve, the places where we are, and what we find ourselves to be...
But this thought is not always enough... Or maybe it's just because today it’s winter, and nature took my spring flowers from me...?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pontes perdidas / Lost bridges

Puente roto, by eMaringolo

Há dias em que me sinto uma ponte.
Os transeuntes chegam e esperam que os leve ao outro lado, que os ajude a chegar à outra margem.
Mas ninguém pergunta onde eu quero ir, ou se quero ir a algum lado.
E se um dia chegamos à estrada do costume, e a ponte já não está lá?

-*-*-

Somedays I feel like a bridge.
Passers arrive and they expect that I take them to the other side, to help them reach the other shore.
But nobody asks where I want to go, or if I want to go somewhere.
What if one day we get to the usual road, and the bridge is no longer there?

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