Quem lê / Who's reading

domingo, 10 de maio de 2015

Pelas páginas de…O monge que vendeu o seu ferrari

Foto: Google
Este livro estava na minha pequena (mas em crescimento) biblioteca, talvez há 15 anos. Há dias quando arrumava os meus livros voltei a cruzar-me com  ele e deu-me vontade de o reler. Durante as semanas seguintes, ou por alguém me falar dele ou por o ver nos escaparates das livrarias, voltei a lembrar-me dele. 

Acreditando na sincronicidade, levei-o comigo durante as minhas mini-férias e foi, de facto, o livro que me chamou à leitura.

Como o próprio autor o descreve, este livro é uma fábula espiritual, que contém várias mensagens, com um único propósito: o de sugerir ferramentas que nos permitam melhorar a nossa vida interior, e, consequentemente, a nossa vida exterior. 

Partilho aqui convosco uma das passagens do livro:

"Assim que descobrires qual é a obra da tua vida, o teu mundo despertará. Acordarás todas as manhãs com uma reserva inesgotável de energia e entusiasmo. Todos os teus pensamentos estarão concentrados no teu objectivo definido. Não terás tempo para desperdiçar tempo. As tuas capacidades mentais não serão, por conseguinte, desperdiçadas em pensamentos triviais. Apagarás automaticamente o hábito da preocupação e tornar-te-ás muito mais eficaz e produtivo. Curiosamente, também terás um sensação mais profunda de harmonia interior, como se estivesses a ser guiado para cumprir a tua missão."

Robin S. Sharma
in O monge que vendeu o seu ferrari

domingo, 3 de maio de 2015

Limpeza de Primavera

Limpeza de Primavera. É um ritual que tendemos a seguir todos os anos, com mais ou menos profundidade. Por vezes apenas mudamos a roupa de Inverno para o fundo dos armários e gavetas e trazemos para mais perto a roupa mais fresca.

Outras vezes, precisamos ir mais além e libertar espaço. Algumas roupas, papéis, acúmulos diversos, vão sendo tirados do sítio onde os deixámos esquecidos. Percebemos, quando lhes pegamos, que são roupas que já não nos servem, ou que já não dão bem connosco. Papéis que já não nos dizem nada e que já nem sabemos bem porque guardámos. Decidir que é hora de os deitar fora, nem sempre é fácil. Aquele item já não nos serve, mas serviu durante tanto tempo, será que é boa ideia deitar fora? E se eu ainda vier a precisar dele? Agora não preciso, já não preciso há muito tempo, mas quem sabe, não é? E aquela camisola, é quentinha, já há muito tempo não a visto, mas é quentinha, aqueceu-me em alguns invernos, que desperdício parece deitá-la fora.

São dúvidas que assaltam as limpezas de primavera, mas quando decidimos deixar ir aquilo de que já não precisamos, descobrimos que os armários ficam mais leves. As gavetas já vão fechar mais facilmente e os armários já não nos parecerão atafulhados.

E, mais importante que isso, ficámos com espaço para coisas novas. Talvez agora possamos comprar um vestido novo, aquele que vimos na montra, mas que achámos “oh, já tenho tanta roupa!” E quando o formos experimentar, talvez até iremos descobrir que nos fica bem e que nos faz sentir ainda melhor vermo-nos com ele. Ou talvez decidamos apenas aproveitar por mais tempo o espaço agora livre.

Também assim é com o nosso coração, com a nossa alma. Quando percebemos que existem sentimentos, mágoas, hábitos, situações, enfim até pessoas, que nos prendem, demos o primeiro passo. Mas talvez alguns desses sentimentos ou situações sejam como aquela camisola que não sabíamos se devíamos deitar fora. Durante vários invernos vestiram-nos, aqueceram-nos, protegeram-nos até! Sentimos de alguma forma que estamos a ser ingratos, agora, querendo mandá-los embora. E eles parecem lembrar-nos de que precisámos tanto deles no passado. Agora não preciso, dizemos nós. Mas podes precisar de novo, és frágil, dizem eles.

Sejamos, no entanto, verdadeiros connosco: tal como a camisola, se já não somos felizes com eles, porquê mantê-los por perto? Seremos mesmo frágeis ou eram essas vozes que nos faziam frágeis? Não seriam essas vozes apenas analgésicos, que nos impediam de querermos arrumar o armário da nossa mente e do nosso coração?

Se reconhecemos que acumulámos “tralha” emocional, está agora na altura de a deixar ir. Sem amargura e sem olhar para trás. Não interessa a voz que diz que não conseguimos. Ela está apenas com medo. Por isso se debate. Porque sabe que agora estamos mais fortes, depois de a termos reconhecido e de termos percebido o quanto dela não somos nós.


Vamos deixar ir tudo o que já não precisamos. Ficaremos mais leves. Mais felizes. E pensem no espaço que ficará para o novo!


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