Venezia, 2010 |
Veneza. Se tivesse que a descrever numa palavra? Aguarela.
Talvez esperassem romântica. Também o é, as
gôndolas a circular pelos canais, passando por debaixo de pequenas pontes, certamente
nos trazem essa imagem. A de uma história
de Shakeaspeare. Dois amantes fugindo, com a cumplicidade do gondoleiro. Ou
apenas a passearem, a ouvir o tal sino, ao pôr-do-sol.
É uma das imagens de Veneza, mas para mim, depois de
passar lá um dia, é a de uma aguarela.
Em tons quentes, a retratar os edifícios
antigos que ladeiam os canais. Alguns edifícios que fazem viajar um pouco no tempo. As gôndolas que se passeiam,
os gondoleiros esperando viajantes. Com os seus chapéus de palha e as suas
tshirts às riscas. A ponte de onde tirei uma foto, o pequeno cais onde
encontrei uma desejada sombra, que o calor do início de Verão me fez procurar.
Numa das esquinas de movimentadas ruas de
restaurantes e lojinhas. A própria
Praça de S. Marcos daria uma boa aguarela, com a sua Basílica e a Torre do Relógio, e a sua proximidade ao Grande Canal.
Por fim, e como não poderia deixar de ser, o Carnaval de Veneza. Já se tinham passado alguns meses, por isso apenas
pude apreciar as máscaras. Verdadeiras
obras de arte, algumas, fazem voar a minha imaginação, mais que as de outros Carnavais. São máscaras
que juntam muito glamour com um mistério irresistível; por detrás
dos brilhantes, das plumas, das cores, quem estará? Queremos saber? Talvez não. Mas gostaria de viver esse ambiente, de abraçar
a ilusão por um dia. Ser quem a máscara sugerisse.
Talvez, talvez volte a Veneza. No Carnaval.
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Maybe you were waitind
for me to say romantic. So it is also, the gondolas moving in the canals,
passing under small bridges, that will certainly bring us that image. A story of Shakespeare. Two lovers on the run, with
the complicity of the gondolier. Or just taking a walk, listening to that bell,
when the sun sets.
It is one of the
images of Venice ,
but for me, after going there for a day, is a watercolor. In warm colours, to
portray the old buildings alongside the canals. Some buildings that make us travel
a little in time. The gondolas, the
gondoliers waiting for travelers. With their straw hats and their striped
tshirts. The bridge where I took a photo, the small pier where I found a desired
shade, the heat of early summer made me look for it. In one of the corners of
a busy streets of restaurants and shops. The S. Mark Square itself would make a good
watercolor, with its Basilica and the Clock Tower, and its proximity to the Grand Canal .
Finally, the
Carnival of Venice .
It had passed a few months, so I could only appreciate the masks. True works of
art, some of them, make my imagination fly, rather than the other Carnivals. These
masks combine glamour with a compelling mystery, behind the bright plumes, colours,
who is there? Do we want to know?
Maybe not. But I want to live this environment, to embrace the illusion for a
day. Be
who the mask suggestes.
Maybe, maybe I’ll
go back to Venice. At Carnival.