Quem lê / Who's reading

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Não consigo escrever

A propósito de uma polémica declaração de um banqueiro português, uma revista semanal publicou uma comparação do dia-a-dia de dois homens. 

Um deles, o banqueiro, o outro, C., um sem abrigo, que habita as ruas de Lisboa. Desempregado, ganha 0.7€ por dia. O banqueiro ganha 1.647€ no mesmo dia.

A certa altura, falando de C., diz-nos a publicação, «Daqui a duas semanas, espera conseguir cortar o cabelo e festejar o aniversário. "Compro um bolinho no Pingo Doce. Faço 29 anos e tenho que comemorar."»

Queria tanto escrever sobre esta frase.

Mas o aperto que senti na garganta ao lê-la, alojou-se nos meus dedos. Não consigo escrever.

12 comentários:

  1. As vezes o silêncio fala mais que mil palavras! abraços

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  2. Cada um consegue ver e sentir as situações
    de uma forma unica.
    Tambem fico sem palavras diante de certas situações.
    Bjins
    Catiaho Reflexo d'Alma

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  3. Muito bem observado. São dias tristes e de grande insensibilidade...

    Beijinho grande

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  4. aprender a sobreviver sem o que nos faz falta é um dom supremo, é privilégio dos seres simples e únicos
    têm eles o condão de nos fazer sentir pequeninos
    tão pequeninos...
    entendo-te, Isa
    há coisas [mesmo as nossas] para as quais não existem palavras que as traduzam

    - um bolinho no Pingo Doce
    - cortar o cabelo
    - feliz, no dia do aniversário! 29 aninhos! quase criança

    ah moça, deixaste-me de "lagrima no canto do olho"
    beijo.

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  5. quando o que lemos é maior do que nós, para quê escrever?

    um abraço

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  6. Há situações em que as palavras bloqueiam envergonhadas, perante a miséria deste mundo em que vivemos
    Bom fds

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  7. também li (sou assinante da revista)também me ficou um nó na garganta...

    :(

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  8. Esse banqueiro é um energúmeno.
    Encheu o banco com o nosso dinheiro e ainda nos trata mal. Puta que o pariu... Nunca falo mal, mas aquele gajo tirou-me do sério.
    Isa, querida amiga, tem uma boa semana.
    Beijo.

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  9. As diferenças entre classes sociais é cada mais profunda...

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  10. Passei por aqui, gostei do espaço, e fiquei.
    Beijo.
    Ana.

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  11. "Caminhante, não há caminho. O caminho faz-se andando." Não é assim que diz o poeta sevilhano António Machado?

    Um beijo

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