book-words-skipping_iane machado |
Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara, a qual ele carregava atravessada no pescoço. Um dos potes tinha uma rachadela, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água ao fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim durante dois anos, diariamente, o carregador entregava um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso das suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado da sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que tinha sido designado para fazer.
Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou com o homem um dia, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê?, perguntou o homem. - De que estás envergonhado?
- Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque esta racha no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho desde a casa do seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo este trabalho, e não ganha o salário completo pelos seus esforços, disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando voltarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
De facto, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isso deu-lhe ânimo. Mas no fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado metade da água, e de novo pediu desculpas ao homem pela sua falha. Disse o homem ao pote:
- Notaste que pelo caminho só havia flores no teu lado do caminho??? Notaste ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, as regavas??? Durante dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Se não fosses como és, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.
Autor desconhecido
Da série "Parábolas"
Não pude deixar de sorrir.
ResponderEliminar(Na minha exposição de pintura, hoje, apareceu por lá um senhor indiano, com quem estive numa animada conversa. Depois de me descrever a maravilha das cores existentes no seu país, "prometi-lhe" que um dia iria até lá.
:)
Já conhecia esta lenda , que nos ensina que tudo e todos tem seu valor.
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