Empty concrete hall _Tim in Sydney |
Os
corredores dos hospitais são todos iguais, entendo-o cada vez mais.
Em
todos eles o silêncio nos habita mais que na sala de espera, ouvindo o som da
voz sumida que sabemos ir encontrar; som que se sobrepõe àquele que nos aperta
a garganta, que sabemos que não pode dali passar, não pode passar para os
olhos.
Em
todos eles, o cheiro do etanol, que se abriga junto ao som, deixando um sabor
amargo.
Em
todos eles, portas iguais, ainda que por detrás delas se encontrem olhos
diferentes.
Com
diferentes gradações de esperança. Com diferentes gradações de dor.
Saber
que em algumas a dor maior que dorme é a da solidão.
Continuar,
até ao fundo do corredor, onde gotas de esperança correm por um tubo fino, para
se misturarem com o inimigo que não conseguimos ver nem tocar. Só conseguimos
ver o líquido a pingar; como
um dia imaginaríamos que a esperança seria líquida? Ou que passaria pela
extremidade fina de uma agulha?
Para todos aqueles que
precisam de esperança, e que têm mais força que aquela que nos atrevemos a
imaginar…
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The
hospital corridors are all the same, I understand it more and more.
In
all of them, the silence that dwells more in the waiting room, listening to the
sound of a whispered voice we know we will find; the sound that overlaps the
one who tightens the throat, the one we know we can not let escape, can not let
go to the eyes .
In
all of them, the smell of ethanol, hidden with the sound, leaving a bitter
taste.
In
all of them, the same doors, even though behind them they are different eyes.
With
different gradations of hope. With different gradations of pain.
Knowing
that in some the biggest pain sleeping there is loneliness.
To
continue, until the end of the corridor, where drops of hope run through a thin
tube, to get mixed with the enemy we can not see or touch. We can only see the
liquid dripping, how could we one day have imagined that hope would be liquid?
Or that it would be as thin as the end of a needle?
How
would we know that hope could be as painful as the invisible that wishes to
move forward?
For
all of those who need hope, and have more strength than the one we dare to
imagine…
Tocou-me o seu text.
ResponderEliminarAs palavras ...são tanto mais sentidas quanto correspondem a situações vividas.
No meu caso...recentemente.
Mas é a vida.
Terrivelmente bela.
E a vida é no entanto como uma moeda: tem duas faces.
Nesses momentos de solidão...a gente pensa, medita, e olha com outro vagar para as coisas, objectos e flores e cães e gatos que uma casa contenha.
Obrigado.
E deixo um abraço.
Tocou-me o seu text.
ResponderEliminarAs palavras ...são tanto mais sentidas quanto correspondem a situações vividas.
No meu caso...recentemente.
Mas é a vida.
Terrivelmente bela.
E a vida é no entanto como uma moeda: tem duas faces.
Nesses momentos de solidão...a gente pensa, medita, e olha com outro vagar para as coisas, objectos e flores e cães e gatos que uma casa contenha.
Obrigado.
E deixo um abraço.
muito sentido e real.
ResponderEliminardeixo um beijo
:)
como o fio frio de uma agulha
ResponderEliminarsilencio-me, porque é tão real
um abraço, Isa
Os corresdores de hospital, inevitáveis para muita gente, são muitas vezes terríveis, principalmente quando os doentes estão mais ou menos abandonados em macas...
ResponderEliminarUm beijo, querida amiga Isa.
.
ResponderEliminar.
. in.feliz.mente . sei bastante . por experiência própria . acerca dos corredores dos hospitais . e por isso . aplaudo.a de pé . pela publicação desta página .
.
. um bom fim.de.semana .
.
. um beijo meu .
.
.
Espero que eles sobrevivam,
ResponderEliminarapesar do corredor estreito.
Excelente texto! Bj
Lindo Isa.Nos faz realmente estar lá, no corredor de um hospital. Quem já esteve sabe. Bonita forma de colocar o que sentimos, tão doído, em corredores de hospitais.Bjs
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